Observo e observo, não só o outro, mas a mim.
Sou consciente de tudo, mas minha alucinação me cega, o esforço de me ler
e traduzir minhas verdades é árduo, mas extremamente real.
Aprendi com os outros meus valores, com o olhar do outro me vi,
os vi e refleti sobre quem sou e o porquê das coisas e seus acontecimentos.
Não domino nada, mas interpreto as intensidades,
as malícias, as idolatrias, os desejos e navego
entre os caprichos do querer.
Verbalizar uma vida e resumi-la corre contra os princípios da minha viagem.
Ideal é compreender e beber com calma as ironias do destino, até mesmo as previsíveis, essas que a gente sabe exatamente onde vai dar e mantêm, por pirraça, vontade, oportunidade e oferecimento é o velho "por que não?" nos conduzindo ao erro, ao contrário, ao sentir, delírio de uma ideia, semente nociva ou não no mundo alheio dos prazeres e verdades imperfeitas.
A contradição é inerente ao ser humano e por vezes mergulho no mar da inconstância sem compreender o surgimento do portal embriagador do desconhecido.
Repito as mesmas frases e ainda assim mudo minha história,
estou pronta e concluo o desenrolar da festa, da histeria e permanecia do ciclo que criei.
Os pontos e as retas delimitam minha base e sou imune
ao estado de camuflagem que descobri existir em mim.
De repente tiro o véu da ignorância e conheço a verdade
que desconstrói o que era verdadeiro.
Esse é o ciclo; em cada mudança nascem outras possibilidades
que se tornam reais à medida que descubro essa ideia e faço dela minha.
As luzes e as cores clareiam o que está por vir, então me entrego,
desprendo-me, e contemplo outro nível, outro mundo,
não o ideal, pois este não existe, mas o necessário, sendo assim o essencial.