O tempo, de vento em vento,
desmanchou o penteado arrumadinho de várias certezas que eu tinha,
e algumas vezes descabelou completamente a minha alma.
Mesmo que isso tenha me assustado muito aqui e ali, no somatório de tudo,
foi graça, alívio e abertura.
A gente não precisa de certezas estáticas.
A gente precisa é aprender a manha de saber se reinventar.
De se tornar manhã novíssima depois de cada longa noite escura.
De duvidar até acreditar com o coração isento das crenças alheias.
A gente precisa é saber criar espaço,
não importa o tamanho dos apertos.
A gente precisa é de um olhar fresco, que não envelhece, apesar de tudo o que já viu.
É de um amor que não enruga, apesar das memórias todas na pele da alma.
A gente precisa é deixar de ser sobrevivente para,
finalmente, viver.
A gente precisa mesmo é aprender...
Aprender a ser feliz a partir do único lugar onde a felicidade pode começar,
florir, esparramar seus ramos, compartilhar seus frutos…
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